contribuindo mais do que deve com inss

Como não deixar dinheiro para o governo: confira se você paga mais INSS e IR do que deveria

Ennes Mileppe

Escrito por

Veja neste artigo:

Se você é médico, enfermeiro, professor ou qualquer outro profissional que acumula vínculos de trabalho, provavelmente está contribuindo mais do que deve com INSS e está perdendo dinheiro todo mês sem nem perceber. Não é exagero: estamos falando de valores que podem chegar a milhares de reais por ano.

O problema tem nome: recolhimento a maior do INSS e acúmulo de descontos que aumentam indevidamente o seu Imposto de Renda.

E aqui vai uma verdade dura: o governo não vai devolver esses valores por conta própria. Se você não fizer nada, o dinheiro continuará indo embora todos os meses, silenciosamente, como um vazamento que drena sua renda.

O que é o recolhimento a maior do INSS?

O INSS possui um teto máximo de salário de contribuição. Em 2025, esse teto é de R$ 8.157,41. Isso significa que, mesmo que você receba R$ 10.000, R$ 20.000 ou mais por mês, a contribuição previdenciária mensal nunca ultrapassará R$ 951,62.

Isso acontece porque o valor máximo de salário utilizado como base de cálculo do INSS é de R$ 8.157,41, independentemente do quanto você receba acima desse limite.

Abaixo está a tabela progressiva de contribuição do INSS para 2025:

Salário de ContribuiçãoAlíquota INSSParcela a Deduzir
Até 1.518,007,5%
De 1.518,01 até 2.793,889%R$ 22,77
De 2.793,89 até 4.190,8312%R$ 106,60
De 4.190,84 até 8.157,4114%R$ 190,42
Teto máximoR$ 951,62

Exemplos de cálculo direto

1. Salário de R$ 5.000,00

  • Faixa aplicável: De 4.190,84 até 8.157,41 → alíquota 14%, parcela a deduzir R$ 190,42

Desconto: (5.000 × 14%) – 190,42 = 700 – 190,42 = R$ 509,58.

2. Salário de R$ 10.000,00

  • Faixa aplicável: teto do INSS = 8.157,41 → alíquota 14%, parcela a deduzir R$ 190,42

O cálculo do desconto é o seguinte:

Desconto = (8.157,41 × 14%) − 190,42

Desconto = 1.142,04 − 190,42

Desconto = 951,62

Mesmo com salários acima do teto, o desconto do INSS não ultrapassa R$ 951,62.

O que acontece na prática?

  • Se você tem dois ou três empregos, cada hospital, escola ou clínica recolhe a contribuição isoladamente.
  • Como eles não conversam entre si, a soma dos descontos ultrapassa o limite legal.
  • O resultado é simples: você paga mais INSS do que deveria, todos os meses, sem perceber.

Exemplo prático: o médico que perde mais de R$ 11 mil por ano

Imagine um médico que recebe:

  • R$ 8.200,00 de um hospital. O desconto de INSS será o teto: R$ 951,62.
  • R$ 10.000,00 de outro hospital. Novamente, o desconto será o teto: mais R$ 951,62.

No total, o profissional vê nos contracheques R$ 1.903,24 descontados de INSS.
Mas pela lei, o limite máximo seria de apenas R$ 951,62.

Isso significa que, em apenas um mês, ele deixou R$ 951,62 a mais para o governo.
Em um ano inteiro, essa perda passa dos R$ 11 mil reais.

Agora pense: em 5 anos, prazo limite para pedir a restituição, estamos falando de mais de R$ 55 mil reais que poderiam estar no seu bolso.

Dinheiro suficiente para pagar uma pós-graduação, investir em equipamentos para o consultório, dar entrada em um carro novo ou até fazer uma viagem internacional em família.

E sabe o que acontece se você não age? O governo simplesmente fica com o dinheiro.

Contador para médico RJ

Professores e enfermeiros: o mesmo problema em escala

Esse erro não atinge só os médicos. Professores que dão aulas em mais de uma escola ou universidade, enfermeiros que acumulam plantões em diferentes instituições, vivem exatamente o mesmo cenário.

Cada fonte de pagamento desconta o INSS isoladamente, sem verificar se você já atingiu o teto.
E o resultado é sempre o mesmo: desconto duplicado, triplicado, perda de dinheiro todo mês.

E não para por aí: o reflexo no Imposto de Renda

Além do prejuízo no INSS, há ainda outro vilão silencioso: o Imposto de Renda (IR).

Quando você acumula salários, o valor total recebido aumenta. E quanto maior a renda tributável, mais alta é a alíquota aplicada na tabela progressiva do IR.

A tabela funciona em faixas:

Base de Cálculo (R$)Alíquota (%)Parcela a Deduzir do IR (R$)
Até 2.428,80Isento
De 2.428,81 até 2.826,657,50%R$ 182,16
De 2.826,66 até 3.751,0515%R$ 394,16
De 3.751,06 até 4.664,6822,50%R$ 675,49
Acima de 4.664,6827,50%R$ 908,73

Na prática, isso significa que o médico, professor ou enfermeiro que soma dois ou três vínculos é empurrado para faixas mais altas de tributação, pagando muito mais imposto do que seria necessário se tivesse uma estratégia adequada de planejamento.

Em outras palavras: você paga mais INSS do que deveria e, de quebra, ainda paga mais IR porque seus rendimentos não estão organizados de forma inteligente.

Dinheiro perdido mês a mês

Vamos ser diretos: cada mês que passa sem você tomar uma atitude é um mês em que você enriquece o governo e empobrece a si mesmo.

  • Se você paga R$ 951,62 a mais por mês de INSS, isso representa quase R$ 12 mil por ano.
  • Se paga IR em faixas mais altas por não planejar sua renda, essa perda pode ser ainda maior.
  • Em 5 anos, estamos falando facilmente de dezenas de milhares de reais.

E o detalhe mais revoltante: tudo isso acontece em silêncio, de forma automática, aparecendo apenas como mais uma linha no seu contracheque.

Por que o governo não devolve automaticamente?

A lógica é simples: o governo não tem interesse em devolver.
A lei até garante o direito de restituição ou compensação, mas a iniciativa é sua.

Se você não entra com o pedido formal, os valores ficam nos cofres públicos.
E como a maioria dos profissionais da saúde e da educação não conhece ou não tem tempo para cuidar disso, o governo sai ganhando – sempre.

O que fazer para reaver o que é seu por direito?

O caminho existe, mas exige conhecimento técnico:

  1. Levantar todos os contracheques e extratos de contribuição (CNIS).
  2. Calcular os valores efetivamente recolhidos por cada vínculo.
  3. Comparar com o teto previdenciário do ano em questão.
  4. Identificar o montante pago a maior.
  5. Formalizar o pedido de restituição ou compensação junto à Receita Federal.

É um processo burocrático, cheio de detalhes técnicos. E qualquer erro pode atrasar ou até inviabilizar a recuperação.

A boa notícia: você não precisa fazer isso sozinho!

Na CO&FIN, somos especialistas em recuperação de créditos previdenciários e tributários.
Nossa equipe conhece cada etapa do processo, sabe exatamente como levantar os valores pagos a maior e como protocolar os pedidos da forma correta.

O resultado é simples: você recupera o que é seu por direito, sem perder tempo com a burocracia e sem correr riscos de erros.

E tem mais: além de recuperar valores, ajudamos você a planejar melhor a sua renda, evitando que novos descontos indevidos aconteçam no futuro e reduzindo também a carga de Imposto de Renda que pesa no seu bolso.

Se você está contribuindo mais do que deve com INSS, pare de perder dinheiro!

Se você é médico, enfermeiro, professor ou qualquer outro profissional que acumula vínculos, a verdade é simples: você está pagando mais do que deveria.

  • Não é uma hipótese, é um fato.
  • Não é uma perda pequena, são milhares de reais todos os anos.
  • E não é algo que vai se resolver sozinho – se você não agir, o dinheiro continuará escorrendo.

Entre em contato com a CO&FIN e deixe nossa equipe recuperar o que é seu. A cada mês que você demora, o prejuízo aumenta.

No próximo artigo, vamos mostrar como reduzir legalmente a mordida do Imposto de Renda, explicando estratégias de economia dentro da tabela progressiva. Fique atento, porque essa pode ser a diferença entre enriquecer o governo ou investir no seu próprio futuro.

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FAQ – Perguntas Frequentes sobre contribuição a maior ao INSS

O que é o recolhimento a maior do INSS?

É quando o valor total de suas contribuições para o INSS, em um ou mais empregos, ultrapassa o teto máximo de contribuição estabelecido por lei. Em 2025, esse teto de salário é de R$ 8.157,41, e o valor máximo de contribuição é de R$ 951,62. Isso acontece com profissionais que têm múltiplos vínculos de trabalho, como médicos, enfermeiros e professores.

Como posso saber se paguei o INSS a maior?

Você pagou o INSS a maior se o valor da sua contribuição mensal ultrapassou R$ 951,62, que é o valor correspondente ao teto máximo de contribuição. Isso ocorre quando seu salário é igual ou superior a R$ 8.157,41.

O que acontece se eu pagar o INSS a mais?

O governo não vai devolver valores pagos a mais por conta própria. Você precisará tomar a iniciativa de buscar a restituição. O pagamento a maior acontece quando o valor de sua contribuição, baseada no seu salário, ultrapassa o teto máximo do INSS, que em 2025 é de R$ 8.157,41. Busque ajuda da CO & FIN.

Como posso recuperar um valor do INSS pago a maior?

O processo é burocrático e exige conhecimento técnico, incluindo levantar todos os contracheques, calcular o montante pago a maior e formalizar um pedido de restituição ou compensação junto à Receita Federal. O prazo limite para pedir a restituição é de 5 anos. A CO & FIN é especialista nesse tipo de demanda.

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